sábado, 6 de fevereiro de 2010

Verão.

Sinto o ar quente do verão.
A estação das cores, da pouca roupa e do suor.
Mas estou no meu inverno.
Sem paixões, sem rotinas, sem calor.
Sem lua e companhias.
Mas essa pode ser minha noite.
Vou para um bar, entornar algumas doses e ouvir uma música qualquer.
Está na hora de trancafiar a sordidez.
O amargo da bebida me desce pela garganta doce e suave.
A melodia combina com meu momento.
- Posso me sentar?
Ela me pergunta simpatica e despreocupada.
Assenti com a cabeça. Apenas um sinal de partida.
Um breve diálogo. Sem nomes e intimidades.
Apenas um desejo em comum.
Casual. Sexo casual.
Comum.

(oni)presente.

Eu queria poder.
Poder fazer o que a razão pede, e não ir.
Não gostar, desejar. Fantasiar.
Meus melhores momentos são aqueles olhando a lua amarela e o cigarro no canto da boca.
Sentada na minha janela e contando, dando nome as estrelas.
Queria guardar meu sorriso para alguém que mereça.
Guardar as palavras para uma boa companhia.
A respiração para um abraço quente.
Queria o calor.
O calor das mãos, das pernas sobre meu corpo.
Os movimentos lentos e combinados.
Queria me encontrar dentro de um corpo que não parece meu.
Queria um beijo escondido. No canto da boca. Queria somente ter.
Não um passado. Muito menos um futuro.
Um belo retrato para a posterioridade.
Mas desejo o presente. A presença.