domingo, 27 de dezembro de 2009

(In)Completo.

É a época dos abraços, das comemorações e desejos supérfluos de boas mudanças.
São as ideologias e heróis de "Cazuzas" moderninhos.
As verdades mal contadas. Os boatos corriqueiros de cidades pequenas.
Um lugar vazio. Um silêncio que não se cala.
A partir dai começa o conto.
A menina seca e pálida que se acaba em vícios.
O garoto de quase vinte.
O casal disposto.
Mentiras a parte, se completam.
Ela no seu jeito apático de gostar.
Ele na sua infantilidade disfarçada de gente grande.
As conversas não se misturam. As frases não se combinam.
Mas o jeito simples de se perderem um no outro os fazem sorrir.
O toque e o tremor das pernas.
O sexo.
Nos pensamentos flutuando, saciando os desejos.
As manias dispersas. Diversas.
Um jeito simples de se pertencerem.
Ela e seu cigarro barato. Ele e sua literatura pré-vestibular.
Um momento para não se pensar em virtudes e em corações partidos.
Dela parte o abraço desajeitado que ele responde com um beijo sem prática.
Hora ou outra se ouve o barulho da tv reprisando os filmes que nunca viram.
Assim como as palavras que nunca se escutam.
As ligações que não retornam.
As desculpas retóricas. As despedidas informais.
A relação (nada) comum.

3 comentários:

Ben-Hur Bernard disse...

Adoro esse tipo de conto: minimalista. E, inevitavelmente, lembrei-me de "Eduardo e Mônica" do Legião Urbana.

Mas o que eu mais gostei foi "Ele na sua infantilidade disfarçada de gente grande.". Sei lá, me atrai muito as histórias em que, convencionalmente, aquele que deveria ser o "mais forte" é o mais bobo.

adorei mesmo e obrigado pela visita!

Ben-Hur Bernard disse...

ah, põe aquele acessório (que eu não sei como chama) para seguir o blog. Assim eu saberei quando vc tiver postado algo novo.

:D

[depois vc exclui esse comentário]

Larissa Alves disse...

adorei o texto e as frases de efeito :) parabéns